RUI FRANCO
Presidente da junta de freguesia
Uma terra com “muito potencial de desenvolvimento” Há quatro anos havia pouco, muito pouco. Faltava o saneamento, as infra-estruturas e até as ruas estavam muito degradas. Passado, hoje o futuro é risonho.
É com o lema “quem faz as obras são as pessoas não as bandeiras políticas” que Rui Franco encara a vida. E a sua, desde há quatro anos para cá, que passa pela Junta de Freguesia de São Martinho da Cortiça. Gosta. Quer mais e por isso decidiu avançar com a recandidatura. Mas, antes de pensar no futuro há que olhar para o passado. Fazer uma viagem no tempo. Retroceder. Há quatro anos havia muito pouco. São Martinho da Cortiça era “uma terra deprimida”, “não tinha projectos para o futuro”. Passado. Rui Franco agora fala em dinamismo, em empenho, em desenvolvimento. Resumindo, “São Martinho da Cortiça desenvolveu-se de uma forma extraordinária”. Factos. A estrutura é essencial, mas muito poucos tinham acesso ao saneamento. A taxa, há quatro anos, andava na ordem dos cinco por cento. Hoje, já chega aos 10 por cento. Uma subida que não vai de certo ficar por aqui. No entanto, e porque a implantação do saneamento está a ser feita de forma graduada, a junta decidiu inovar. O sistema é original, um equipamento – composto por uma tractor uma cisterna – recolhem os resíduos e despejam tudo numa ETAR. Acabam-se os problemas, pelo menos parte deles. Numa freguesia extensa, são 23 lugares, as “pessoas não têm culpa de não ter o saneamento”, afirma Rui Franco. Logo, apenas por 1,25 euros na factura da água o equipamento da junta põe um ponto final no problema dos resíduos. Mas, atenção: “a solução não é definitiva, é transitória. Queremos mesmo saneamento em toda a freguesia e vamos fazê-lo”, palavra de presidente de junta.
Educação de ponta Primeiro o saneamento, agora a educação. A obra já tinha começado, aliás o edifício até já estava de pé. Mas, houve alterações. O Centro Escolar de São Martinho da Cortiça, que abriu portas em Setembro de 2008, é um dos orgulhos da terra. O edifício de “excelência” e “moderno” contempla jardim-de-infância e ensino básico. Diariamente, mais de 80 crianças têm à sua disposição quadros interactivos, condições únicas e acolhedoras. Na estrutura que era para ser o centro, algo vai nascer. A lógica é, e segundo as palavras de Rui Franco, rentabilizar investimentos. Tudo está a andar e resta apenas os arranjos exteriores. O Centro Cultural de São Martinho da Cortiça é (quase) uma realidade. Salas de espectáculos, teatro um auditório com 400 metros quadrados. Objectivo: “servir as pessoas no que toca à cultura”. E se antes espaços assim eram uma utopia é “graças à família Dias da Cunha” que sonhos se têm tornado realidade. Por exemplo, existe um parque desportivo porque o terreno foi cedido pela família. Existirá Centro Cultural, previsões apontam para finais de 2010, também graças ao terreno da mesma família. O povo agradece. Saneamento, educação e porque não lazer? No passado, e não faz muito tempo, as pessoas queriam comer fora, junto da natureza, não podiam. Não haviam estruturas que o possibilitassem. Já lá vai. O primeiro parque de merendas situado nos Poços é real. Preparou-se a terra, plantaram-se árvores, estão a colocar-se mesas e mais tarde virá a churrasqueira. Afinal, numa terra onde a mancha verde é grande e se recomenda, há que saber tirar proveitos.
Turistas a não perder de vista A Barragem de Fronhas entrou em funcionamento em 1985. O ordenamento da Albufeira das Fronhas ficou concluído mais de 20 anos depois. Está aberto o caminho para o aproveitamento turístico com regras. Exemplo, “até aqui era impossível mexer uma pedra”, explica o autarca de São Martinho da Cortiça. Agora, “o trabalho começado em termos legais vai continuar em termos práticos”. Seguramente no próximo mandato a zona irá desenvolver-se. Desporto náutico, pesca, muito lazer. O mega projecto de aldeamento na Albufeira das Fronhas, um consórcio inglês, aguçará “o investimento privado”. Números: um investimento de cerca de 20 milhões de euros, 600 camas, perto de 100 postos de trabalho directos. As barreiras burocráticas estão ultrapassadas e no próximo ano é de esperar que o projecto entre na autarquia para ser aprovado.
OBRAS “Trabalho para continuar” Ruas sem nome, muito poucas placas. Numa afirmação, falta de sinalização. Há quatro anos a toponímia era uma palavra, transformada em facto, que não existia. Apenas uma aldeia estava sinalizada, e “por sinal foi um particular que a implementou”, afirma Rui Franco.
Hoje, e depois de muito trabalho feito, mais de 90 por cento da freguesia tem toponímia implementada. “Nos dias que correm é importante”, sublinha o autarca que não deixa de expressar um “grande obrigado” pela ajuda prestada pelas intuições da freguesia na escolha dos nomes e na consulta da população.
Mas antes de virem as placas, tratou-se do arranjo. Ruas esburacadas? Problema resolvido. Mais de 85 das ruas estão pavimentadas, um trabalho que não se concentra só na sede de freguesia. Aliás, Rui Franco garante que o seu executivo sempre procurou fazer trabalho nas diferentes localidades. Máxima: “igualdade para todos” e “investir de “uma forma equilibrada e justa”.
Entretanto, a rua principal de São Martinho da Cortiça foi arranjada. Ganhou dignidade, garante quem a conhece bem. Levou calçada, foi recuperada. O edifício sede da junta de freguesia também, sem esquecer os jardins, um pouco por toda a terra.
Vive-se o presente, projecta-se o futuro mas não se esquece o passado. São Martinho de Árvore é uma terra com história, de história. Tanto que se “honra os antepassados”. Provas? Séculos depois, um pelourinho de Sanguinheda, outrora sede de concelho, voltou à vida. Esteve perdido, está actualmente na praça da terra, no “lugar de onde nunca devia ter saído”.
Mais apoios A pobreza existe, as dificuldades passam muitas vezes despercebidas. A junta tenta estar a par de tudo. Assim, presta apoio a famílias carenciadas e faz o devido encaminhamento para as entidades competentes. Mas, quer-se fazer mais e melhor. É ideia de Rui Franco que num futuro próximo São Martinho da Cortiça tenha um gabinete social, uma estrutura dotada de pessoas competentes que virão à terra semanalmente. Objectivo: “facilitar contacto directo com a freguesia”.
Creche e lar a caminho Ponto de situação: um gabinete de apoio social, melhor rede viária, empreendimento turístico na Albufeira da Fronha, mais saneamento. Porém, o futuro traz mais ideias, vontade de fazer melhor. Na área da educação, a vontade é ter uma creche na freguesia. Uma estrutura que sirva em simultâneo São Martinho da Cortiça e Pombeiro da Beira. Edifício existe. Das antigas instalações da escola de Pombeiras, nascerá a cresce. O acordo está feito com a Câmara Municipal de Arganil e com a Caritas Diocesana de Coimbra que será a entidade responsável pela instalação da cresce. Neste momento, o projecto de adaptação está a ser elaborado e as obras devem ser iniciadas já em 2010. Depois, falta um lar. A lacuna não é para ser eterna. Novamente aqui existe um acordo com Pombeiro da Beira, onde ficará o lar a servir ambas as populações. Contudo, e com ajuda de investimento privado, há possibilidade de São Martinho da Cortiça ter um lar na sua freguesia. Fizeram-se obras de manutenção na extensão de saúde da terra. “Mas não chega, queremos mais”. Palavras de Rui Franco que aos 39 anos não desiste de ter um outro edifício. O projecto para a nova extensão existe, o edifício da antiga Escola de São Martinho foi o local escolhido. Mais uma vez a lógica do “aproveitar o espaço e reinvestir, não esbanjar dinheiros públicos” a funcionar.