O Rosmaninho
Quem percorrer os montes da Moura Morta, durante os meses de Primavera e Verão, ficará com certeza encantado com os perfumes que lhes enriquecem os ares. E para chamar-lhes "perfumes" é dispensável ter um nariz muito apurado ou um sentido poético das coisas, pois os odores que as ervas e os arbustos que aí encontramos são de facto tão intensos, tão ricos e tão unanimemente apreciados que podemos, com objectividade, dar-lhes esse nome. É difícil percorrer as nossas terras e as serras calcárias do Oeste estremenho português sem se cheirar o tomilho ou o alecrim; difícil passar um regato sem detectar o odor da hortelã ou do poejo; impossível correr o sul do Alentejo sem que os vapores da esteva nos acalmem; e muito improvável que nas caminhadas não topemos, mais cedo ou mais tarde, com alguma espécie de rosmaninho. Dizemos "alguma espécie" porque na verdade é possível encontrar cinco espécies de rosmaninho em Portugal, embora o vernáculo as reúna sob um único nome vulgar. Segundo a nomenclatura empregue pela taxonomia botânica, todos os rosmaninhos pertencem ao género Lavandula L..Os rosmaninhos portugueses são todos eles pequenos arbustos lenhosos, facilmente identificáveis pelo aroma (parecido, mas não muito, ao da alfazema da perfumaria) e pelas espigas violetas que coroam a pequena copa. Acham-se por quase todas as regiões do país, formando os matorrais que primeiro colonizam os terrenos privados de coberto arbóreo ou arbustivo alto; na Primavera chegam a tingir de violeta enormes extensões de incultos por todo o sul, interior e oeste portugueses. A espécie L. latifolia cresce apenas nos maciços calcários da estremadura e beira litoral; O conhecimento científico dos rosmaninhos portugueses tem uma história própria. As espécies portuguesas de Lavandula foram sendo descobertas e destrinçadas ao longo de vários séculos.
O género Lavandula, por seu turno, pertence à família das Lamiáceas ou, como é melhor conhecida, Labiadas. Recebem este nome porque todas possuem flores tubulares cuja "boca" termina em dois lábios (superior e inferior) ou, mais raramente, num só. Apesar de tão abundantes no nosso país, os rosmaninhos parecem estar a desaparecer velozmente das tradições portuguesas, particularmente no que respeita à culinária rústica e à aplicação paisagista. Em qualquer hipermercado é possível comprar pouquitos ramos de rosmaninho (geralmente L. pedunculata ou L. luisieri) , mesmo quando o exterior do próprio estabelecimento está rodeado de matos dessa espécie! E outro tanto sucede nos jardins que a cada passo plantamos... onde se instalam quase sempre espécies exóticas de Lavandula, enquanto noutros países se aprecia bastante ajardinar com as portuguesíssimas Lavandula pedunculata, L. luisieri, e mesmo o rosmaninho-verde (L. viridis), que é praticamente ignorado aquém-fronteiras. O leitor encontrará pelos campos o já tão gabado odor do rosmaninho, mas infelizmente encontrará as suas belas espigas floríferas já secas. Tem boa compensação, porém: compre o mais apreciado produto desta planta: o mel. Várias regiões do país são especialistas na produção de mel de rosmaninho, o que acontece tambem com a Moura Morta.
O género Lavandula, por seu turno, pertence à família das Lamiáceas ou, como é melhor conhecida, Labiadas. Recebem este nome porque todas possuem flores tubulares cuja "boca" termina em dois lábios (superior e inferior) ou, mais raramente, num só. Apesar de tão abundantes no nosso país, os rosmaninhos parecem estar a desaparecer velozmente das tradições portuguesas, particularmente no que respeita à culinária rústica e à aplicação paisagista. Em qualquer hipermercado é possível comprar pouquitos ramos de rosmaninho (geralmente L. pedunculata ou L. luisieri) , mesmo quando o exterior do próprio estabelecimento está rodeado de matos dessa espécie! E outro tanto sucede nos jardins que a cada passo plantamos... onde se instalam quase sempre espécies exóticas de Lavandula, enquanto noutros países se aprecia bastante ajardinar com as portuguesíssimas Lavandula pedunculata, L. luisieri, e mesmo o rosmaninho-verde (L. viridis), que é praticamente ignorado aquém-fronteiras. O leitor encontrará pelos campos o já tão gabado odor do rosmaninho, mas infelizmente encontrará as suas belas espigas floríferas já secas. Tem boa compensação, porém: compre o mais apreciado produto desta planta: o mel. Várias regiões do país são especialistas na produção de mel de rosmaninho, o que acontece tambem com a Moura Morta.
Etiquetas: Ervas Aromaticas, Plantas e Ervas, Rosmaninho
6 Comments:
Era agora que se faziam as fogueiras e se saltavam ao cimo da rua
Ainda se lembram disso?
Era com o rosmaninho e as macelas de S.João.
Eram outros aromas.
Agora so cheira a charros.
Mas disseram-me que o mel de rosmaninho da Moura Morta é feito a martelo com açucar como aquele de Sail ou das Fronhas, o fazia.
Foi um bom mestre.
Não ha necessidade da Moura Morta ficar borrada com estes artistas.
Acho que isso não é verdade, pelo menos não tenho conhecimento disso.
O meu mel ainda é daquele à moda antiga, feito pelas abelhas num cortiço.
O mel do cortiço é que é do bom. Vale muito mais. Agora aquele dos caixotes em que ja vão barrados de açucar amarelo, isso é batota e é crime. Por isso tiraram a licença de apicultor a muito boa gente.
Adorava mesmo ter uns pés dessa maravilhosa planta perto das minhas colmeias, mas como o que predomina é o que domina, tenho de me ficar pela Urze :)
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