segunda-feira, junho 29, 2009

O PALHEIRO

PalheiroNão é mais do que um depósito de palha, normalmente situado por cima dos currais dos animais com abertura directa para a manjedoura normalmente dos bois. Desse palheiro ia sendo retirada alguma palha que era usada para alimentar os animais, forrar o ninho do porco, a loja das vacas e para encher os colchões das camas.

Depois de ceifado, geralmente em Julho, o centeio, o trigo e a Aveia era deixado nos campos em pequenas medas, medoixas ou moreiras, até que estivesse seca e fosse possível transportá-lo no carro de bois para os Palheiros o carro de bois apareceu inicialmente com eixo de pau e à posteriori foi posta em circulação um novo modelo já com eixo de ferro.

No caso da palha de milho (ponta, bandeira ou canas de milho) que depois de apanhada é estendida a secar em chão inclinado com a ponta para baixo e o troço para cima, pois se chovesse a palha não ficasse encharcado: a folha do milho era apanhada e colocada em pequenos molhos (maranhos), os quais ficavam pendurados no milheiro até secarem. Na laje, estendia-se o centeio, o trigo e a aveia ao sol até no dia da malha, geralmente organizada no final de Julho ou no início de Agosto e reunindo boa parte da família, vizinhos e amigos. A malha consistia em separar o grão da espiga para que mais tarde fosse possível moer o grão. Antigamente esta operação implicava o uso de varas compridas (quase do tamanho da eira), que mais tarde foi substituído pela malhadeira mecânica.
Cada participante na malha assumia uma função específica:

  • As pessoas que apanhavam a palha com um ancinho de dentes de pau e usavam-no para fazer os molhos da palha que eram atados em faxas e levados para palheiro.
  • O dono da malhadeira ficava encarregue de introduzir a palha de deitar o vinho ao pessoal.
  • As outras pessoas ajudavam carregando a palha e o grão.

Apesar da malha ser feita em pleno Verão, todos os participantes usavam roupa de manga comprida porque as praganas (arestas de palha) arranhavam os braços. Só então o grão era moído e transformado em farinha. O grão de milho era depois deixado a secar durante vários dias. Depois era levado em sacas para as arcas. Durante o ano era moído e mais tarde misturado com farinha de centeio para fazer o pão. Por vezes, a farinha era usada sem mistura para ser feita a broa de milho.

“À Valente CARMINA que até o PALHEIRO abana”

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

mas quem é essa Carmina que fazia abanar o palheiro?
e não tinha medo do bicho do milho?

08:54:00  
Anonymous Anónimo said...

A Carmina já pariu?
Não foi uma ninhada pois não?
Com quem se parece?

12:28:00  
Anonymous Anónimo said...

julgo que era por baixo deste palheiro que se vê na foto que a Ana Lima tinha o seu tear.
Ainda hoje em certas casas da Moura Morta ha tapetes e colchas feitas pela Ana Lima nesse celebre tear que lá existiu.
Os tapetes eram feitos de tiras de pano que se aproveitava de restos dos panos das calças e das camisas e mesmo ja dos trapos velhos.
Era uma verdaeira artista com os desenhos que criava nas suas peças.

16:00:00  
Anonymous Anónimo said...

Sim este era o Palheiro da Ti Rosa Lima, agora da sua filha Maria Lima.

00:50:00  

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