Ordenamento das Fronhas
Ordenamento das Fronhas desbloqueia projecto turístico com 15 anos
A aprovação do Plano de Ordenamento da Albufeira das Fronhas pode desbloquear, ao fim de cerca de 15 anos, o licenciamento e conclusão do empreendimento “Parque do Alva”, projectado para ter 210 camas, em vivendas e apartamentos que pretendem respeitar princípios de defesa do meio ambiente.O projecto pretende ser um exemplo de bom relacionamento entre a dinamização turística e a conservação ambiental, tendo sido previstos diversos aspectos que ajudam a concretizar as intenções, como a aplicação de materiais com longa duração, auto-suficiência energética, através da aplicação de painéis solares e estação de tratamento de águas residuais, para além de uma boa gestão da floresta existente nos oito hectares, em que serão privilegiadas as espécies autóctones, nomeadamente folhosas.
O gerente da empresa Recrea Roda, promotora do investimento, usou a experiência como biólogo e a recolhida noutros empreendimentos similares, que construiu na Holanda e Alemanha, para, em 1994, projectar um condomínio que considera poder vir a ter cinco estrelas, gozando da paisagem proporcionada pelo rio Alva, nas imediações da aldeia de Roda, freguesia de Pombeiro da Beira, Arganil.
Desde logo, Eduard Langbroek considera que, sendo ele da área da Biologia, com doutoramento em Ecologia, não tem qualquer interesse em prejudicar a natureza do local, adiantando mesmo que os potenciais clientes, principalmente estrangeiros, são, também eles, pessoas preocupadas com as questões ambientais.
O projecto, que inclui também área comum, com restaurante e espaço para realização de congressos, assim como campo de ténis e piscina, foi iniciado há cerca de 14 anos, estando alguns imóveis já construídos, mas esbarrou num longo processo burocrático que só agora poderá ser desbloqueado.
O terreno foi comprado em 1994 e o pedido de informação prévia foi emitido no início do ano seguinte, sendo recebido com aceitação da autarquia de Arganil e da Assembleia de Freguesia de Pombeiro da Beira, assim como parecer favorável do Serviço Nacional de Bombeiros.
Construídas 12 casas
Também a então Região de Turismo do Centro declarou que a dimensão do empreendimento era importante para a região, mas a Comissão de Coordenação da Região Centro (CCRC) e a Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território emitiram pareceres desfavoráveis, o último dos quais já em 1997.
Com o plano de pormenor aprovado em 1998, um parecer favorável da CCRC, a garantia de que o empreendimento não ocupava a Reserva Agrícola Nacional, e toda uma série de outras burocracias, a empresa promotora recebeu a primeira casa, vinda da Suécia, em Abril de 1999.
No ano 2000, o projecto recebeu o “prémio Excelência” da Câmara de Comércio Holanda-
-Portugal, mas só em 2005 foi possível começar a erguer a primeira fase (previa 20 casas), tendo a obra sido embargada no final desse ano, com 12 casas construídas, estando parada desde então.
Apesar do apoio dos diferentes presidentes de Câmara, desde 1994, o empreendimento voltava a esbarrar em dificuldades legais, desta feita no Instituto da Água, o que não deixava outra hipótese se não esperar pela realização do Plano de Ordenamento.
Agora, com o POA aprovado e prevendo a construção do projecto turístico naquele local, a Recrea Roda vai ter de promover a elaboração de novo Plano de Pormenor, para poder concluir o projecto.
Trata-se de uma realidade confirmada pelo presidente da Câmara Municipal de Arganil, Ricardo Pereira Alves que considera que a «o Plano de Ordenamento abre caminho à concretização do empreendimento», explicando que a «a autarquia é favorável».
O autarca frisa ainda que «é uma lacuna grande a albufeira das Fronhas não ter mais projectos deste género», revelando que «existe outra intenção de investimento, na Quinta da Espaceira, 500 metros a jusante de S. Martinho da Cortiça».
Investimento de quase oito milhões de euros
O projecto do “Parque do Alva” representa um investimento de cerca de 7,7 milhões de euros, considerando Eduard Langbroek que o projecto possa ser concluído em dois anos, após ter todas as autorizações.
No total serão construídas 18 vivendas de tipologia T3, nove T2 e outras tantas T0.
Na primeira fase, interrompida em 2005, foram construídas 12 casas, estando já concretizadas parte das infra-estruturas, nomeadamente estradas, rede de esgotos e abastecimento de água, tendo sido já investidos cerca de 2,3 milhões de euros.
in DCoimbra
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