domingo, julho 12, 2009

Ao chegar a Velho


Em tchegando a velho,
Um homa é uma merda
Já nem lhe vale quem o herda
Perde o vigor, perde a posse
Mal mija, dá-lhe a tosse
Encarrapatam-se-lhe as orelhas
Mal vê, po’trás das sobrancelhas
A um homa mirram-se-lhe os parentes
Ós poucos caem-lhe os dentes
Já nem tchega c’o escarro à pilheira
Malhar: nem na eira, nem na feira

Em tchegando a velho,
Um homa fica ca alma vazia
À falta de alma, sobra sabedoria
Mas, no sendo mais senhor do seu nariz,
Já ninguém faz caso do que ele diz.

Da Arca Velha