sábado, outubro 16, 2010

As BELDROEGAS


.Beldroega - Toda a gente conhece a beldroega como excelente legume para confeccionar suculentas sopas.
Em determinadas condições climatéricas, a planta fica avermelhada e é aí que se encontra a toxicidade. Tal corresponde a uma concentração elevada de oxalatos que são prejudiciais a pessoas e animais. Portanto, beldroegas sim, mas verdinhas

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A Portulaca oleracea L, da família das portulacáceas, que se encontra espontânea em todos os climas quentes e temperados. É uma verdura anual que surge na Primavera, provida de talos espessos, grossos e suculentos alastrando pelo solo arenoso. As suas pequenas folhas são sésseis, ovaladas, carnosas e opostas, agrupando-se nas extremidades dos caules. As flores, também pequenas, são hermafroditas, amarelas e possuem entre quatro e seis pétalas. Os frutos formam cápsulas ovais com numerosas sementes pretas. Estas podem estar dormentes no solo durante vinte anos sem perder o seu poder germinativo. Ora, se cada pé pode produzir perto de 10 mil sementes, estamos a ver a espantosa capacidade de reprodução da beldroega.

A composição química desta portulaca (conhecem-se cerca de 40 espécies deste género botânico) integra mucilagens, cálcio, fósforo, ferro, magnésio, oxalatos, ácidos gordos (ómega-3), pro-vitamina A, vitaminas B1, B2, B5 e vitamina C. Por isso, alguns terapeutas a apelidam de “planta ABC”.

Propriedades medicinais: anti-inflamatória, anti-escorbútica, diurética, emenagoga, emoliente, laxante, tónica, vermífuga, vulnerária, depurativa, etc.

A beldroega é boa para combater a obesidade, o reumatismo e as doenças cardíacas e constitui remédio eficaz nos problemas do fígado, rins e bexiga. Externamente, é usada para queimaduras, picadas de insectos, mordeduras de répteis, gengivites, furúnculos e irritações de olhos cansados (suco da planta tenra).

Pode-se preparar a infusão de 100 g da planta verde num litro de água e tomar até cinco chávenas por dia. Para uso externo fazem-se cataplasmas da planta fresca esmagada ou utiliza-se o seu suco.

Contudo, a melhor maneira de beneficiar das propriedades medicinais desta planta silvestre é integrá-la na nossa alimentação, o que já acontece desde remotas eras. As folhas e os talos tenros, depois de muito bem lavados, são óptimos para preparar saladas crudívoras, juntamente com a alface, o rabanete, a cebola e a cenoura ralada. Quanto às sopas, há uma infinidade de maneiras de as confeccionar, dependendo da criatividade de cada um. Entre nós, é famosa uma receita alentejana em que à sopa de beldroega se junta queijo:

Sopa de beldroegas com queijo

Ingredientes: 1 robusto molho de beldroegas, 400 g de batatas, 6 ovos, 3 queijos frescos, 1,5 dl de azeite, 3 cabeças de alho, 300g de pão escuro duro, 2 litros de água, 1 colherzinha de pimentão, 1 folha de louro, sal.

Preparação: Coloca-se o azeite com os dentes de alho esmagados a fritar. Adicionam-se as beldroegas previamente escaldadas, o pimentão, o louro e o sal e deixa-se refogar um pouco. Junta-se a água e as batatas às rodelas. Logo que as batatas estiverem cozidas, escalfam-se os ovos e os queijos às fatias. Retiram-se os ovos e os queijos para um prato à parte. Num prato fundo deita-se o caldo e as beldroegas sobre o pão cortado e serve-se tudo ao mesmo tempo.

Não será uma excelente refeição?

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