Exposições a inaugurar no Instituto Franco-Português

Duas exposições, uma de pintura, Ruine#2, de Ludovic Bernhardt e outra de escultura, “Peso para livro aberto” de Sérgio Taborda, são inauguradas dia 5 de Maio, ao fim da tarde – 18:30h, no Instituto Franco-Português e na Nova Livraria Francesa, ambos sitos na Avenida Luís Bívar, 91, em Lisboa.
Sérgio Taborda é português, nasceu em 1958 em Vila Nova de Poiares (Coimbra), vive e trabalha em Lisboa.
Após ter concluído o curso de Escultura do AR.CO e frequentado o curso de Cinema do Conservatório de Lisboa, licenciou-se em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa.
Mestrado em Ciências da Comunicação – "Percepção e presença. O corpo na escultura, cinema e bio-tecnologias".
Doutoramento em Ciências da Comunicação – Acontecimento e tempo. Sobre o trabalho da percepção em práticas da instalação e do cinema.’ Lecciona disciplinas de Projecto e Desenho na ESAD – Escola Superior de Arte e Design - Caldas da Rainha.
Expõe individualmente desde 1985, concentrando-se a partir de 1992 em instalações para espaços específicos conjuntamente com o músico/compositor Luís Bragança Gil.
Deste trabalho a dois resultaram, entre outros, em 1997 e 1998 as instalações áudio e vídeo, 'imersão' e ' travelling'.
A partir de 2002 tem apresentado individualmente trabalhos em vídeo que incorporam um tempo e uma duração irreversível de um acontecimento, projectados em salas de cinema – 'Imagem tempo', 'A cabina do panoramista',' Scanning’ e ‘Pano e nuvem’.

Sobre Peso para Livro Aberto

Estas quatro diferentes peças em bronze maciço foram feitas para resolver uma particular situação com que me confrontei diariamente enquanto trabalhava na minha tese de doutoramento intitulada, ‘ Acontecimento e tempo. Sobre o trabalho da percepção em práticas do cinema e da instalação’: como manter livros abertos em páginas precisas enquanto seleccionava notas escritas a lápis para o meu caderno. Resolvia-o provisoriamente recorrendo a alguns objectos pesados (pedaço de cobre que tinha trazido de uma oficina, outros livros mais pesados, objectos vários) que tinha na mesa de trabalho, colocando-os sobre as páginas do livro que na altura lia para o manter aberto.

Estas esculturas em bronze foram feitas a partir de uma modelação directa nos próprios livros que então lia com um bloco de plasticina que foi assumindo a abertura do livro na página em que me encontrava naquele momento a ler.

A abertura que ficou, o declive no meio do livro consoante têm menos ou mais volume de páginas, o tipo de lombada e capa, o tamanho do livro, a largura das páginas e como está cozido, tudo isso passou para o molde de plasticina que fiz em cada um dos quatro livros que na altura estava a ler e a tomar notas de leitura.

Foi directamente sobre os quatro livros que então fui lendo – Comédie et actes divers de Samuel Beckett, Ética de Bento de Espinoza, Espinoza e os signos de Gilles Deleuze, e L’ Image-Temps de Gilles Deleuze que moldei as diferentes plasticinas que serviram depois de moldes para se fazer na fundição os bronzes que aqui se mostram.(Sérgio Taborda).