quarta-feira, agosto 15, 2007

Vila Nova de Poiares

Jaime Soares exige ao Governo a construção de variante que desvie o tráfego de viaturas pesadas do centro da vila. O presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, Jaime Soares, reclamou ontem a construção de um troço que retire o tráfego de pesados do centro da vila, ameaçando com a colocação de portagens se a obra não avançar.
“Fazem-se variantes em todo o lado, ando há 20 anos a pedir uma em Vila Nova de Poiares. Qualquer dia, colocamos portagens nas vias municipais à entrada da vila e quem vier de fora tem de pagar para passar”.
Em causa, segundo o autarca, estão os veículos pesados que circulam na estrada nacional 17, conhecida como estrada da Beira, obrigados a passar pelo centro de Poiares. “Há dias em que são 200 a 250. Tudo por causa de uma variante de 6,9 quilómetros, que facilitava a ligação ao IP3 e está por fazer”, lamentou. Manifestando-se “farto” da situação, o histórico autarca do PSD acusa o Governo de pretender “asfixiar” Vila Nova de Poiares, concelho do distrito de Coimbra que, acrescentou, “está-se a afirmar na economia regional”.
“A Câmara assumiu o projecto, está a fazê-lo, e a obra custa 1,1 milhões de contos (5,5 milhões de euros). A que fica entre Lousã e Miranda do Corvo custou mais de oito milhões de contos (40 milhões de euros), dinheiro que dava para pôr diamantes nos passeios da Estrada da Beira”, ironizou. Também os investimentos realizados há cerca de três anos na própria EN 17 são alvo das críticas do autarca, concretamente no que à sinalização e instalação de semáforos de controlo de velocidade diz respeito. “Passou a ser uma via de autêntico subdesenvolvimento. Querem que as pessoas circulem a 50 quilómetros por hora, criaram transtornos e filas enormes e os acidentes não diminuíram. E quem se aproxima de um semáforo só pára se for um cruzamento, se não vier ninguém atrás não pára, ninguém respeita os sinais”, argumentou.
Plano alternativo
Frisando que os utilizadores da estrada, nas actuais circunstâncias, “demoram uma hora a fazer 22 quilómetros entre Poiares e Coimbra”, o autarca disse ter apresentado um plano de melhoramentos alternativo, que acabou “ignorado” pelo executivo de José Sócrates. Aludiu, nomeadamente, a um “acordo” estabelecido em Poiares, numa reunião com o secretário de Estado das Obras Publicas e responsáveis da Direcção de Estradas do Distrito de Coimbra, onde foi apresentado o projecto “devidamente sustentado tecnicamente”. Este incluía, segundo Jaime Soares, a construção de oito quilómetros de terceiras vias em ambos os sentidos, dos quais apenas pouco mais de um quilómetro foi concretizado.
“Lamento que o acordo não tenha sido cumprido. Representava a efectiva modernização da via, concorria para combater as assimetrias regionais, mas o que temos é uma estrada à beira da morte, transformada num imenso traço contínuo até Coimbra”, disse.
O autarca defende ainda a substituição da semaforização actual de controle de velocidade por outra “tipo radar”, para baixar a velocidade de circulação para os 60 ou 70 quilómetros por hora em certas zonas do percurso. “Os condutores deixavam de ser obrigados a parar, deixavam de provocar filas de trânsito. Se excedessem o limite eram multados e recebiam a multa em casa, como acontece com os radares em Lisboa”, sustentou. Jaime Soares ilustrou ainda o que disse ser uma “autêntica caça à multa” por parte da Brigada de Trânsito da GNR na EN 17, através da utilização de viaturas descaracterizadas “dissimuladas e escondidas em pontos estratégicos”. “Em vez de estarem à vista das pessoas, contribuindo para reduzir a sinistralidade, estão na caça à multa. A estrada da Beira é um abono de família para a voracidade do Governo em arranjar dinheiro”, acusou. Caso as suas reivindicações permaneçam sem resposta, Jaime Soares promete reeditar na EN 17 uma “marcha lenta” de protesto, a exemplo daquela que promoveu há cerca de seis anos, era António Guterres primeiro-ministro.
“Há um ano que ando a pedir uma audiência ao secretário de Estado das Obras Públicas e continuo sem resposta. Ainda junto 500 viaturas e paraliso a estrada da Beira até Coimbra”, ameaçou.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

De quem é a culpa de se demorar agora tanto tempo e com uma estrada muito melhor?

23:19:00  

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