sábado, abril 13, 2013

Figo-da-índia está na moda


Figo-da-índia está na moda

Figo-da-índia

Habituámo-nos a ver o figo-da-índia em estado selvagem, nas beiras dos  caminhos, mas está em transição avançada para um uso agrícola e comercial cujo desempenho começa a surpreender.
Afinal, é um cato suculento de onde tudo se aproveita, depois de vencida a agressividade dos picos. Certo é haver já um grupo de 60 amigos do figo-da-índia que se constituíram em associação (APROFIP), com sede em Alcoutim, embora ainda só 15 tenham optado pelo cultivo profissional, com uma média de 5 a 10 hectares por exploração, revela José Alves, vice-presidente da associação e consultor agrónomo para o cultivo da planta.
A prova de ser tudo muito recente reside na idade da exploração mais antiga: tem quatro anos, quase o tempo necessário para a planta atingir a maturidade. É em Sesimbra. Para a maior parte dos produtores ainda se trata apenas uma atividade acessória, mas promissora, dada a multiplicidade de usos viabilizados pela planta, bem conhecida da civilização Azteca, a ponto de se manter como um dos símbolos na bandeira do México. Estima-se que tenha chegado à Europa por volta do séc. XVI, nessa altura, com especial importância em Espanha.
Cultiva-se como quem planeia um campo de plantas em fila, com as palmas semi-enterradas que depois se multiplicam até formarem o arbusto como o conhecemos. Também dá para sebes, além de ter a nobre missão de evitar a erosão dos solos ou permitir a sua recuperação e também como corta-fogo. Dá-se bem com o calor, mas é hipersensível às temperaturas negativas.

A colheita, entre agosto, setembro (principalmente) e outubro, é a fase mais arrojada para os produtores: são precisas luvas especiais, óculos e roupa de proteção. Tem de ser de madrugada, enquanto os picos estão húmidos (com o calor, os poros presentes na casca do fruto dilatam e assim eles saem com mais facilidade), e a favor do vento, para não existir a possibilidade de os picos voarem em direção à pessoa que está a colher. O fruto apanha-se com um pouco de cato, mas tem de ser submetido aos cuidados de uma máquina para ficar sem picos. Daí vai para câmaras frigoríficas para melhor se conservar. Chega ao mercado fresco ou segue para transformação.

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