domingo, junho 06, 2010

Um Mega projecto Turistico ou o Principio do fim do Rio Alva

A consulta publica sobre o Projecto Turístico a Quinta da Estafeira levou um conjunto de cidadãos a exercerem o seu direito de cidadania e de se preocuparem com a sua freguesia (neste caso cidadãos de São Martinho da Cortiça).


Onde se localiza o projecto?
O Conjunto Turístico Quinta da Estafeira será construído na freguesia de São Martinho da Cortiça, pertencente ao concelho de Arganil na sub-região do Pinhal Interior Norte (Desenho 1).
O projecto não se insere em nenhuma área importante do ponto de vista da conservação da natureza e biodiversidade, designadamente área protegida e/ou Rede Natura 2000.

Qual o objectivo do projecto?

O projecto tem como objectivo aumentar a oferta do número de camas na zona interior beirã, com o máximo de qualidade e uma oferta variada em serviços.
A oferta que existe actualmente é de baixa qualidade não tendo qualquer tipo de suporte pelas operadoras internacionais em serviços integrados no ramo turístico e lúdico. A falta deste tipo de infra-estruturas não permite a expansão do ramo hoteleiro de forma a projectar para mercados internacionais a zona interior beirã, dando oportunidade aos turistas de conhecerem melhor as suas serras, seus povos, tradições e cozinha regional.

Quais são as principais características do projecto?
O projecto do Conjunto Turístico Quinta da Estafeira desenvolve-se numa propriedade com 98 355 m2, num vale virado a Sul, na margem direita do rio Alva a jusante da Barragem das Fronhas.
O terreno será dividido pelas áreas de zonas comuns (passeios, arruamentos, estacionamentos, equipamentos e espaços verdes) ocupando estas um total de 53 310,6 m2, e pela área de lotes que ocupam 45 044,6 m2. No Quadro 1 apresentase, de forma discriminada, a distribuição das áreas pelos elementos que compõem o projecto do conjunto turístico.
Área total da propriedade (m2) 98 355,1

O projecto apresenta uma capacidade para 700 camas que correspondem à capacidade máxima de utentes, e que se distribuem por 6 blocos de apartamentos e 32 moradias.
Além do edificado, o empreendimento terá outras infra-estruturas lúdicas, nomeadamente, uma piscina com 200 m², um campo de ténis, um parque de diversão infantil, e programas de animação, que vão desde trilhos de montanha, roteiros gastronómicos, descidas de barco no rio Alva, pontos de pesca a truta no rio Alva e Ceira e roteiro das Aldeias Históricas e de Xisto.

Acho que seria importantíssimo a nossa Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares e a nossa Junta de Freguesia fazerem uma análise a este que poderá ser um projecto que embora esteja a ser implantado na Freguesia de São Martinho da Cortiça Concelho de Arganil, poderá trazer valor acrescentado para a nossa região e ou então. . . poderá ser o principio do fim da água límpida do Alva com a descarga da etar para o rio, o fim da pesca à pois com o aumento de caudal pelas águas da Etar (mesmo que limpas e tratadas) irão aumentar a temperatura da água do Rio colocando em risco o ecossistema existe neste troço de rio; originando dessa forma consequências irreversíveis para o nosso rio para a fauna e flora e consequentemente para as populações envolventes.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O Projecto tem a dimensão de 10 campos de futebol???

O número de pessoas na capacidade máxima de ocupação de 700 camas poderá ser 1400 pessoas?

Porque razão escolheram este sitio?

A Etar garante que não polui o Rio Alva?

Qual o impacto causado na região e principalmente na aldeias envolventes de tantos "turistas"?

05:38:00  
Anonymous ACFS said...

Estes assuntos são realmente serios e os Estudos de Impacte Ambiental merecem ser seguidos e acompanhados com cuidado e seriedade.
Se aquando da Barragem das Fronhas houvesse estudos e consultas de Impacte, não teriamos em pleno verão a agua do rio assim gelada.
Os caneiros não teriam ido pelo rio abaixo.
Ou melhor se isso fosse inevitavel, estaria sempre previsto a reposição dos caneiros e seriam criadas bolsas de retenção que não deixasse ser a agua gelada a chegar às povoações a juzante. Tambem teriam havido contrapartidas ás populações que se sentiram prejudicadas com a construção da Barragem.
Nunca os olivais foram os mesmos e reagistaram-se alterações importantes na biodiversidade da zona.
mas o que la vai....la vai.
Este Projecto Turistico e os cuidados com o Rio Alva são prementes.
As aldeias ribeirinhas a juzante, como a Moura Morta e a Ponte de Mucela devem ter opinião e preocupação com o que se irá passar.
Tambem a Junta de Lavegadas e a Câmara de Poiuares devem ter opinião e marcar a sua posição.
Vale a pena consultar este post com os seus links.

14:13:00  
Anonymous mouramortino said...

Embora ache que no país todo o investimento deve ser acarinhado, nas Zonas mais rurais e mais interiores e numa altura de crise isso deve ser ainda mais, com isto não quero dizer que devemos ceder em tudo ou por outro lado levar ao extremo de se ser inflexível.

Um investimento desta dimensão na nossa região por certo que a iria mudar em muito, se o projecto tiver sucesso,certamente que as nossas gentes se iriam tentar aproveitar este recurso; mas por outro lado se não forem garantidas algumas questões essenciais, como a Etar e a a possibilidade de poluição do Alva, então aquilo que poderia ser uma coisa óptima poderá acarretar danos no irreversíveis nosso ambiente e na nossa qualidade de vida.

Isto poderá levar ao investimento no Turismo rural na região e quem sabe se estas pessoas que nos visitam se apaixonarem pela região possam mesmo adquirir casas de férias.
Com um Projecto âncora como este podem-se criar e gerar muitos outros negócios e postos de trabalho na economia local das aldeias e Vilas Envolventes.

20:02:00  

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