Mais um pouco de historia de S. Martinho da Cortiça
Freguesia de S. Martinho da Cortiça
Esta freguesia, com a da Carapinha (que foi constituída em curato pelos princípios do séc. XVII) fazia parte do senhorio de Pombeiro. A sede das funções comunais era a povoação da Sanguinheda, um simples lugar, hoje — aí estava a casa da câmara, aí tinha assento o juiz, o vereador, o escrivão da câmara e o do judicial. A igreja, porém, encontrava-se distante, em sítio ermo; construída, como tantas outras, fora do povoado, para estar ao meio da circunscrição eclesiástica. Fica o seu sítio pela parte traseira da colina em que assenta a povoação de S. Martinho, entre pinhais, ao lado da antiga estrada da Beira. Era designada pelo nome de S. Martinho da Sanguinheda. No princípio do século XVII, a igreja passou para o pequeno lugar, chamado Póvoa, que acabou por ficar com o apelativo de S. Martinho da Cortiça. Nos fins do século XV, a Sanguinheda, numa extensão de território indefenível hoje, foi separada do senhorio de Pombeiro, na pessoa de Simão da Cunha, que aí instituiu um morgado para sua irmã D. Inês da Cunha, o qual foi parar aos senhores de Melo, continuando o senhorio nos de Pombeiro. Foi o prior D. Nuno de Castelo Branco que levantou a actual igreja, entre a sua nomeação para a paróquia, em 1617, e a bênção do edifício no dia 28 de Maio de 1624. Marcou-a com os brasões de armas da família, o dos Cunhas na porta principal e no arco cruzeiro e o leão dos Castelos Brancos sobre a capela esquerda no púlpito. A antiga não foi demolida; durante algum tempo fizeram-se aí enterros, o abandono progressivo é que a inutilizou; agora só existe o sítio. A igreja actual é um amplo edifício, construído em grés regional, que se encontra no subsolo para os lados da Sanguinheda; todavia, no púlpito, no arco cruzeiro e nos das duas capelas empregou-se o calcário vindo de Coimbra e certamente já aparelhado. Fachada simples, com alta porta rectangular, em cuja verga se grava o brasão dos Cunhas, sobrepujada de janela do coro e de um nicho de pilastras com escultura. As portas travessas são de igual traçado. A torre encontra-se a meio do corpo, oblonga, tendo uma ventana nas faces estreitas e duas nas outras. O interior mostra duas capelas, abertas nos flancos da nave. Cobrem-se de cúpula simples, de tijolo. De tijolo é igualmente a abóbada da capela-mor. Os arcos destas capelas e o do cruzeiro são lavrados de tarjas, encontrando-se os pés direitos (só os do lado da frontaria) postos de viés. O púlpito, lavrado de tarjas, assenta em duas mísulas, sendo da época da construção. O retábulo principal, de madeira dourada, com quatro colunas ligadas por arcos, torcidas e com pâmpanos, é do fim do séc. XVII. Os dois colaterais e os das capelas, todos do mesmo traçado, feitos na segunda metade do séc. XVIII, têm duas colunas, sóis e anjos acroteriais. A povoação de Sanguinheda, como se disse, separou-se nos fins do séc. XV do senhorio de Pombeiro. A capela antiga foi inteiramente transformada, mesmo com alteração da orientação, em 1922. Nada se pôde conservar do antigo, pelo estado de salitragem do grés das cantarias. Conserva-se a escultura de calcário, da Virgem com o Menino, pousando uma coroa de rosas na cabeça duma figura feminina ajoelhada, do princípio do séc. XVI, manuelina. Data do tempo do donatário Simão da Cunha. O incêndio na Cortiça, em 1832, atingiu a Capela de Santo Amaro, sendo reconstruída por volta de 1880-1885. O retábulo de restos de talhas data dos séculos XVII e XVIII. Possui um Santo Amaro, de barro, do tipo setecentista e uma Senhora da Conceição, de pedra, do século XVI. Quanto a casas antigas na Cortiça, uma localiza-se junto à capela, tendo só uma das fachadas antigas; de portal de pilastras e frontão curvo, com o brasão dos Cunhas de Pombeiro, uma sacada de cada ângulo; da segunda metade do séc. XVIII. A Capela de Nossa Senhora da Encarnação, no Mucelão, é incaracterística. A Capela de S. Nicolau, nas Pombeiras, com alpendre, está a arruinar-se. Possui uma escultura de S. Nicolau, bispo, com as crianças na celha, de pedra, do fim do século XVI, corrente. Na Sobreira fica a Capela de Nossa Senhora das Neves. O visitador da Igreja de Paradela da Cortiça ordenava, a 19 de Novembro de 1708, que se fizesse uma capela no terreno cedido por José Cortês, proprietário local, para servir esta povoação, que então se chamava Estrada, ficando comum às duas freguesias de Paradela e de S. Martinho, pelas quais se reparte o mesmo lugar. Tinha a porta outrora para o lado oposto.
A Ponte de Mucela fica sobre o Alva. A sua construção foi iniciada em 1298. Foi cortada na retirada da terceira invasão francesa, sendo demolido o primeiro arco do lado do ocidente.
Esta freguesia, com a da Carapinha (que foi constituída em curato pelos princípios do séc. XVII) fazia parte do senhorio de Pombeiro. A sede das funções comunais era a povoação da Sanguinheda, um simples lugar, hoje — aí estava a casa da câmara, aí tinha assento o juiz, o vereador, o escrivão da câmara e o do judicial. A igreja, porém, encontrava-se distante, em sítio ermo; construída, como tantas outras, fora do povoado, para estar ao meio da circunscrição eclesiástica. Fica o seu sítio pela parte traseira da colina em que assenta a povoação de S. Martinho, entre pinhais, ao lado da antiga estrada da Beira. Era designada pelo nome de S. Martinho da Sanguinheda. No princípio do século XVII, a igreja passou para o pequeno lugar, chamado Póvoa, que acabou por ficar com o apelativo de S. Martinho da Cortiça. Nos fins do século XV, a Sanguinheda, numa extensão de território indefenível hoje, foi separada do senhorio de Pombeiro, na pessoa de Simão da Cunha, que aí instituiu um morgado para sua irmã D. Inês da Cunha, o qual foi parar aos senhores de Melo, continuando o senhorio nos de Pombeiro. Foi o prior D. Nuno de Castelo Branco que levantou a actual igreja, entre a sua nomeação para a paróquia, em 1617, e a bênção do edifício no dia 28 de Maio de 1624. Marcou-a com os brasões de armas da família, o dos Cunhas na porta principal e no arco cruzeiro e o leão dos Castelos Brancos sobre a capela esquerda no púlpito. A antiga não foi demolida; durante algum tempo fizeram-se aí enterros, o abandono progressivo é que a inutilizou; agora só existe o sítio. A igreja actual é um amplo edifício, construído em grés regional, que se encontra no subsolo para os lados da Sanguinheda; todavia, no púlpito, no arco cruzeiro e nos das duas capelas empregou-se o calcário vindo de Coimbra e certamente já aparelhado. Fachada simples, com alta porta rectangular, em cuja verga se grava o brasão dos Cunhas, sobrepujada de janela do coro e de um nicho de pilastras com escultura. As portas travessas são de igual traçado. A torre encontra-se a meio do corpo, oblonga, tendo uma ventana nas faces estreitas e duas nas outras. O interior mostra duas capelas, abertas nos flancos da nave. Cobrem-se de cúpula simples, de tijolo. De tijolo é igualmente a abóbada da capela-mor. Os arcos destas capelas e o do cruzeiro são lavrados de tarjas, encontrando-se os pés direitos (só os do lado da frontaria) postos de viés. O púlpito, lavrado de tarjas, assenta em duas mísulas, sendo da época da construção. O retábulo principal, de madeira dourada, com quatro colunas ligadas por arcos, torcidas e com pâmpanos, é do fim do séc. XVII. Os dois colaterais e os das capelas, todos do mesmo traçado, feitos na segunda metade do séc. XVIII, têm duas colunas, sóis e anjos acroteriais. A povoação de Sanguinheda, como se disse, separou-se nos fins do séc. XV do senhorio de Pombeiro. A capela antiga foi inteiramente transformada, mesmo com alteração da orientação, em 1922. Nada se pôde conservar do antigo, pelo estado de salitragem do grés das cantarias. Conserva-se a escultura de calcário, da Virgem com o Menino, pousando uma coroa de rosas na cabeça duma figura feminina ajoelhada, do princípio do séc. XVI, manuelina. Data do tempo do donatário Simão da Cunha. O incêndio na Cortiça, em 1832, atingiu a Capela de Santo Amaro, sendo reconstruída por volta de 1880-1885. O retábulo de restos de talhas data dos séculos XVII e XVIII. Possui um Santo Amaro, de barro, do tipo setecentista e uma Senhora da Conceição, de pedra, do século XVI. Quanto a casas antigas na Cortiça, uma localiza-se junto à capela, tendo só uma das fachadas antigas; de portal de pilastras e frontão curvo, com o brasão dos Cunhas de Pombeiro, uma sacada de cada ângulo; da segunda metade do séc. XVIII. A Capela de Nossa Senhora da Encarnação, no Mucelão, é incaracterística. A Capela de S. Nicolau, nas Pombeiras, com alpendre, está a arruinar-se. Possui uma escultura de S. Nicolau, bispo, com as crianças na celha, de pedra, do fim do século XVI, corrente. Na Sobreira fica a Capela de Nossa Senhora das Neves. O visitador da Igreja de Paradela da Cortiça ordenava, a 19 de Novembro de 1708, que se fizesse uma capela no terreno cedido por José Cortês, proprietário local, para servir esta povoação, que então se chamava Estrada, ficando comum às duas freguesias de Paradela e de S. Martinho, pelas quais se reparte o mesmo lugar. Tinha a porta outrora para o lado oposto.
A Ponte de Mucela fica sobre o Alva. A sua construção foi iniciada em 1298. Foi cortada na retirada da terceira invasão francesa, sendo demolido o primeiro arco do lado do ocidente.
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