A debandada das tropas francesas e a travessia do Rio Alva na Ponte de Mucela
Sobre a a fuga e debandada das tropas francesas, vale a pena ler
estes textos do inicio do Sec.XX
A 27 de Setembro ferira-se a batalha do Bussaco, e não obstante ficarem vencidos, os franceses continuam avançando sobre Lisboa, espalhando, com a fama das anteriores invasões, o terror por toda a região.
Wellington prudente e receoso, foi sempre retirando e obrigando antes a incendiar tudo quanto pudesse servir ao exército invasor e que não pudesse ser transportado pelas populações, foragidas, até se encerrar e fortificar nas célebres linhas de Torres, obra colossal de engenharia com que os franceses não contavam e contra a qual foram infrutíferas todas as suas tentativas.
Tentando depois os franceses dirigir-se a Coimbra mandou Massena defender um desfiladeiro entre Pombal e Redinha (12 de março 1811) para proteger o avanço, mas sendo aquela força batida em renhido combate, bem como outra que fora reconhecer Coimbra e encontrara a ponte cortada, teve de desistir daquele caminho e viu-se obrigado a seguir o que lhe restava aberto entre o Mondego e o Zezere por Miranda e Ponte de Mucela (Rio Alva) antiga Estrada Real mas terrenos que embora ásperos e sem bons caminhos lhe ofereciam no entanto boas posições para ir cobrindo a sua retirada.
Desde este momento o grande Massena não pensou noutra coisa do que pôr-se a salvo o mais depressa possível, por isso incendiou Miranda onde estava uma grande parte do seu exército, mandou apressar a retirada e ele mesmo seguido de escolta tratou de ir adiante reconhecer a importante passagem sobre o Alva, que encontrou cortado na Ponte de Mucela, mas onde activamente fez improvisar uma ponte no Torrozelo junto à Moura Morta.
Discordam todos os historiadores sobre o número de perdas havidas no combate de Foz de Arouce pois os próprios que nele entraram mais consideram aquela acção como um episódio da longa batalha, que se desenvolveu de 11 a 18 de março e que teve por campo todo o espaço entre Pombal e a Ponte de Mucela, e portanto não lhe assinalaram princípio nem fim que bem o defina e faça jogar os seus testemunhos com as partes oficiais.
Durante grande parte do dia 16, Massena tinha retirado, de noite ainda, com o fim de passar para além do Alva, e constando-lhe a teimosia arriscada do seu subordinado, mandou-lhe ordens sobre ordens, por quatro ou cinco ajudantes de campo, intimando-o a retirar, também, e a seguir, na retaguarda, como até aí, o movimento geral do exército. Foi só à força de intimações, e depois de ter assistido da margem esquerda à passagem de toda a impedimenta, que o afrontado marechal se resignou a passar para a margem direita, onde se deixou ficar o resto do dia, com uma pequena força de retaguarda, depois de ter feito saltar pelos ares grande extensão da ponte. Em 17 de Março, o exército francês atravessou o rio Alva e pode continuar durante cinco dias, sem ser inquietado, a sua retirada a caminho de Celorico.
Não está demonstrado, com rigor, o caminho certo seguido pelo Príncipe de Essling, mas o que parece mais certo é que depois de discussão azeda que tivera com o marechal Ney (por causa das disposições deste, naquele passo da retirada) seguira estrada real fora para o Ceira e não pensaria dar volta pela Lousã que o afastaria do seu objectivo de marcha tanto mais que em 16 de Março, já o seu Quartel-General estava instalado na zona do Duarteiro na Ponte de Mucela.
estes textos do inicio do Sec.XX
A 27 de Setembro ferira-se a batalha do Bussaco, e não obstante ficarem vencidos, os franceses continuam avançando sobre Lisboa, espalhando, com a fama das anteriores invasões, o terror por toda a região.
Wellington prudente e receoso, foi sempre retirando e obrigando antes a incendiar tudo quanto pudesse servir ao exército invasor e que não pudesse ser transportado pelas populações, foragidas, até se encerrar e fortificar nas célebres linhas de Torres, obra colossal de engenharia com que os franceses não contavam e contra a qual foram infrutíferas todas as suas tentativas.
Tentando depois os franceses dirigir-se a Coimbra mandou Massena defender um desfiladeiro entre Pombal e Redinha (12 de março 1811) para proteger o avanço, mas sendo aquela força batida em renhido combate, bem como outra que fora reconhecer Coimbra e encontrara a ponte cortada, teve de desistir daquele caminho e viu-se obrigado a seguir o que lhe restava aberto entre o Mondego e o Zezere por Miranda e Ponte de Mucela (Rio Alva) antiga Estrada Real mas terrenos que embora ásperos e sem bons caminhos lhe ofereciam no entanto boas posições para ir cobrindo a sua retirada.
Desde este momento o grande Massena não pensou noutra coisa do que pôr-se a salvo o mais depressa possível, por isso incendiou Miranda onde estava uma grande parte do seu exército, mandou apressar a retirada e ele mesmo seguido de escolta tratou de ir adiante reconhecer a importante passagem sobre o Alva, que encontrou cortado na Ponte de Mucela, mas onde activamente fez improvisar uma ponte no Torrozelo junto à Moura Morta.
Discordam todos os historiadores sobre o número de perdas havidas no combate de Foz de Arouce pois os próprios que nele entraram mais consideram aquela acção como um episódio da longa batalha, que se desenvolveu de 11 a 18 de março e que teve por campo todo o espaço entre Pombal e a Ponte de Mucela, e portanto não lhe assinalaram princípio nem fim que bem o defina e faça jogar os seus testemunhos com as partes oficiais.
Durante grande parte do dia 16, Massena tinha retirado, de noite ainda, com o fim de passar para além do Alva, e constando-lhe a teimosia arriscada do seu subordinado, mandou-lhe ordens sobre ordens, por quatro ou cinco ajudantes de campo, intimando-o a retirar, também, e a seguir, na retaguarda, como até aí, o movimento geral do exército. Foi só à força de intimações, e depois de ter assistido da margem esquerda à passagem de toda a impedimenta, que o afrontado marechal se resignou a passar para a margem direita, onde se deixou ficar o resto do dia, com uma pequena força de retaguarda, depois de ter feito saltar pelos ares grande extensão da ponte. Em 17 de Março, o exército francês atravessou o rio Alva e pode continuar durante cinco dias, sem ser inquietado, a sua retirada a caminho de Celorico.
Não está demonstrado, com rigor, o caminho certo seguido pelo Príncipe de Essling, mas o que parece mais certo é que depois de discussão azeda que tivera com o marechal Ney (por causa das disposições deste, naquele passo da retirada) seguira estrada real fora para o Ceira e não pensaria dar volta pela Lousã que o afastaria do seu objectivo de marcha tanto mais que em 16 de Março, já o seu Quartel-General estava instalado na zona do Duarteiro na Ponte de Mucela.
2 Comments:
Hummmmmmmmmm, mas ninguem gosta de historia?
É pena, pois se alguma coisa teve de bom a Moura Morta, foi ter tido dois prestigiados historiadores que ainda transmitiram alguma cultura a várias gerações.
Cá vai uma homenagem postuma ao Dr. Antonino Henriques e uma bem viva ao Dr. Nelson Baeta.
É de ficar admirado como a pacotilha dos nossos politicos que na sua mediocridade ainda não homenagearam o Dr. Antonino Henriques na sua terra natal.
Pessoa integra que se orgulhava da sua Moura Morta que o viu nascer e crescer e aonde por fim quis vir morrer.
As pessoas na Moura Morta, principalmente algumas daquelas que são os frenquentadores das bibliotecas joaninas da moura morta, queria dizer adegas, sabem lá o que quer dizer a palavra cultura, alguns nunca fizeram nada na vida, se não fosse a sorte de alguém os meter num tacho do estado não sei o lhes aconteciam, outros a capacidade é só para a desdenharem o que os outros têm, poucos são os que se atrevem a olhar mais além.
mas o que interessa é o que as pessoas sentem, pois tenho a certeza que há algumas que quando se fala do Dr. Antonino Henriques sentem um profundo orgulho por com ele terem privado.
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