São Martinho da Cortiça - Aqui tão perto
São Martinho da Cortiça é uma freguesia do concelho de Arganil, com 31,78 km² de área e 1 536 habitantes (2001). Densidade: 48,3 hab/km².
Área 31,78 km²
População 1 536 hab. (2001)
Densidade 48,3 hab./km²
Orago S. Martinho de Dume
Área 31,78 km²
População 1 536 hab. (2001)
Densidade 48,3 hab./km²
Orago S. Martinho de Dume
A primeira referência histórica à igreja de S. Martinho, noutro tempo da Sanguinheda, remonta ao ano de 1141 um pouco antes de D.Afonso Henriques ter dado foral à Moura Morta e na altura em que a freguesia pertencia à herdade de Pombeiro e Souto Seco, instituída pela rainha D. Teresa em 1126. Nesta altura estaria já situada no Passal, um sítio ermo na parte traseira da colina em que assenta a povoação de S. Martinho, entre a Cortiça e a Sanguinheda. Foi construída como tantas outras fora do povoado, ao lado da antiga estrada da Beira, para ficar no meio da sua vasta circunscrição eclesiástica. Suspeita-se contudo que a sua fundação possa remontar a finais do séc. IX, logo após a reconquista de Coimbra aos mouros em 878.
A ocupação da freguesia teve origens certamente mais remotas. A antiga estrada da Beira procedeu da antiga via romana que ligava Coimbra a Salamanca e transpunha o rio Alva na Ponte da Mucela, onde ainda hoje se observam silhares romanos reempregues na sua estrutura. Aqui desde logo se fixaram as primeiras populações, como o provam as várias moedas e medalhas romanas encontradas em alicerces de casas desta povoação e vestígios de lavras de minas de ouro exploradas pelos romanos quer em Mucelão quer na Moura Morta.
Durante os séc. XII e XIV fez também parte do castelo de Góis e Bordeiro e do senhorio de Arganil. Em 1355 a freguesia, que na altura era mais extensa abarcando a actual freguesia de Carapinha, foi incluída no senhorio de Pombeiro, concedido por escambo a Martim Lourenço da Cunha pelo rei D. Afonso IV ao qual se manteve ligado até ao séc. XIX. Em finais do séc. XV, Artur da Cunha, senhor de Pombeiro, desmembrou os lugares de Sanguinheda e Carapinha para constituir o senhorio da Sanguinheda, que deu territorial, mas não política nem judicialmente ao seu terceiro filho, Simão da Cunha. A Sanguinheda era então a sede das funções comunais e a partir de 2 de Novembro de 1513, data em que o rei D. Manuel I lhe deu carta de foral, passou a ser sede de concelho. Aí estava o pelourinho e a casa da câmara, onde tinha assento o juiz, o vereador, o escrivão da câmara e outro do judicial e órfãos. As restantes povoações da freguesia continuaram a fazer parte do concelho de Pombeiro, entretanto instituído.
Por volta de 1598, por estar a igreja em sítio descampado, sujeita a roubos e ruína iminente, reformou-se a capela de Santo Amaro da Cortiça, para onde se transferiu o Santíssimo. Aqui esteve por mais de vinte anos, onde se fundou a Irmandade do Santíssimo Sacramento, em 1602. Não sendo, porém, a capela um sítio próprio para a matriz, o prior desta freguesia D. Nuno Castelo Branco, filho ilegítimo do senhor de Pombeiro, adquiriu e doou o terreno para a construção de um novo edifício na Póvoa de S. Martinho. A igreja foi benzida a 28 de Maio de 1624, transferindo-se definitivamente a sede da freguesia da Sanguinheda para a Póvoa, actualmente S. Martinho da Cortiça.
Durante a terceira invasão francesa, em 1811, a freguesia esteve a ferro e fogo. Na Ponte da Mucela desmontou-se um dos arcos da ponte na Ponte de Mucela durante a retirada dos franceses e aqui se lhes deu luta enquanto que os invasores saqueavam as aldeias desta freguesia bem como as aldeias do Barreiro, Mucela, Moura Morta e Mucelão queimando portas, janelas e trastes, pilhando cereais, vinho e gado, abusando das mulheres e assassinando os seus maridos. Na igreja queimaram e quebraram o que encontravam ateando cinco fogueiras ao longo do templo.
Durante as lutas liberais a povoação da Cortiça foi incendiada em 1832 por vingança dos absolutistas na sequência da “queima da pólvora”, golpe dado por João Brandão e a sua trupe. Transportando os absolutistas um carregamento de vinte carros de pólvora desde Abrantes com destino a Viseu e para o cerco do Porto os liberais fizeram-lhe uma emboscada e apoderaram-se da pólvora perto da Cortiça e por recearem ser contra-atacados fizeram-na explodir na Catraia dos Poços num formidável estrondo.
Os liberais comandados por João Brandão, refugiaram-se e esconderam-se em palheiros no Carapinhal e na Cortiça na primeira noite, seguindo depois para Farinha Podre ( S. Pedro de Alva ).
O apoio dado pelo Conde de Foz de Arouce fez com que na noite seguinte pernoitassem na Moura Morta junto á foz da Ribeira de Sabouga. daí subram a ribeira por Sabouga e passaram por Serpins.
A 6 de Novembro de 1836 foi extinto o concelho da Sanguinheda, assim como o de Pombeiro, passando a freguesia de S. Martinho, até aqui constituída por parte deste e a totalidade daquele, a fazer parte do concelho de Farinha Podre, actualmente S. Pedro de Alva. A freguesia passou depois para o concelho de Tábua a 31 de Dezembro de 1853, até que foi transferida definitivamente para o concelho de Arganil, ao qual pertence desde 24 de Outubro de 1855. Em 1843 surgiu a primeira botica, em 1861 o primeiro estabelecimento de ensino primário, ainda antes de 1884 a primeira delegação postal e em 1907 o partido médico, primeiros sinais de progresso. Dada a sua localização junto do Porto da Raiva e da Ponte da Mucela foi terra de almocreves e negociantes. As explorações de minérios como a prata e chumbo estão bem documentadas em finais do século passado, assim como explorações de toda a zona de barreiros que se estende desde a Cortiça à Sanguinheda.
A partir de finais da década de quarenta apareceram as primeiras indústrias ligadas à exploração e transformação de resina e madeiras transformando S. Martinho da Cortiça em terra de resineiros e madeireiros. Mais recentemente apareceram as indústrias ligadas à pecuária e laticínios, como a Vumba do Comendador Dias da Cunha e as empresas de construção civil.
A Barragem das Fronhas é a maior obra de construção civil da freguesia.
A ocupação da freguesia teve origens certamente mais remotas. A antiga estrada da Beira procedeu da antiga via romana que ligava Coimbra a Salamanca e transpunha o rio Alva na Ponte da Mucela, onde ainda hoje se observam silhares romanos reempregues na sua estrutura. Aqui desde logo se fixaram as primeiras populações, como o provam as várias moedas e medalhas romanas encontradas em alicerces de casas desta povoação e vestígios de lavras de minas de ouro exploradas pelos romanos quer em Mucelão quer na Moura Morta.
Durante os séc. XII e XIV fez também parte do castelo de Góis e Bordeiro e do senhorio de Arganil. Em 1355 a freguesia, que na altura era mais extensa abarcando a actual freguesia de Carapinha, foi incluída no senhorio de Pombeiro, concedido por escambo a Martim Lourenço da Cunha pelo rei D. Afonso IV ao qual se manteve ligado até ao séc. XIX. Em finais do séc. XV, Artur da Cunha, senhor de Pombeiro, desmembrou os lugares de Sanguinheda e Carapinha para constituir o senhorio da Sanguinheda, que deu territorial, mas não política nem judicialmente ao seu terceiro filho, Simão da Cunha. A Sanguinheda era então a sede das funções comunais e a partir de 2 de Novembro de 1513, data em que o rei D. Manuel I lhe deu carta de foral, passou a ser sede de concelho. Aí estava o pelourinho e a casa da câmara, onde tinha assento o juiz, o vereador, o escrivão da câmara e outro do judicial e órfãos. As restantes povoações da freguesia continuaram a fazer parte do concelho de Pombeiro, entretanto instituído.
Por volta de 1598, por estar a igreja em sítio descampado, sujeita a roubos e ruína iminente, reformou-se a capela de Santo Amaro da Cortiça, para onde se transferiu o Santíssimo. Aqui esteve por mais de vinte anos, onde se fundou a Irmandade do Santíssimo Sacramento, em 1602. Não sendo, porém, a capela um sítio próprio para a matriz, o prior desta freguesia D. Nuno Castelo Branco, filho ilegítimo do senhor de Pombeiro, adquiriu e doou o terreno para a construção de um novo edifício na Póvoa de S. Martinho. A igreja foi benzida a 28 de Maio de 1624, transferindo-se definitivamente a sede da freguesia da Sanguinheda para a Póvoa, actualmente S. Martinho da Cortiça.
Durante a terceira invasão francesa, em 1811, a freguesia esteve a ferro e fogo. Na Ponte da Mucela desmontou-se um dos arcos da ponte na Ponte de Mucela durante a retirada dos franceses e aqui se lhes deu luta enquanto que os invasores saqueavam as aldeias desta freguesia bem como as aldeias do Barreiro, Mucela, Moura Morta e Mucelão queimando portas, janelas e trastes, pilhando cereais, vinho e gado, abusando das mulheres e assassinando os seus maridos. Na igreja queimaram e quebraram o que encontravam ateando cinco fogueiras ao longo do templo.
Durante as lutas liberais a povoação da Cortiça foi incendiada em 1832 por vingança dos absolutistas na sequência da “queima da pólvora”, golpe dado por João Brandão e a sua trupe. Transportando os absolutistas um carregamento de vinte carros de pólvora desde Abrantes com destino a Viseu e para o cerco do Porto os liberais fizeram-lhe uma emboscada e apoderaram-se da pólvora perto da Cortiça e por recearem ser contra-atacados fizeram-na explodir na Catraia dos Poços num formidável estrondo.
Os liberais comandados por João Brandão, refugiaram-se e esconderam-se em palheiros no Carapinhal e na Cortiça na primeira noite, seguindo depois para Farinha Podre ( S. Pedro de Alva ).
O apoio dado pelo Conde de Foz de Arouce fez com que na noite seguinte pernoitassem na Moura Morta junto á foz da Ribeira de Sabouga. daí subram a ribeira por Sabouga e passaram por Serpins.
A 6 de Novembro de 1836 foi extinto o concelho da Sanguinheda, assim como o de Pombeiro, passando a freguesia de S. Martinho, até aqui constituída por parte deste e a totalidade daquele, a fazer parte do concelho de Farinha Podre, actualmente S. Pedro de Alva. A freguesia passou depois para o concelho de Tábua a 31 de Dezembro de 1853, até que foi transferida definitivamente para o concelho de Arganil, ao qual pertence desde 24 de Outubro de 1855. Em 1843 surgiu a primeira botica, em 1861 o primeiro estabelecimento de ensino primário, ainda antes de 1884 a primeira delegação postal e em 1907 o partido médico, primeiros sinais de progresso. Dada a sua localização junto do Porto da Raiva e da Ponte da Mucela foi terra de almocreves e negociantes. As explorações de minérios como a prata e chumbo estão bem documentadas em finais do século passado, assim como explorações de toda a zona de barreiros que se estende desde a Cortiça à Sanguinheda.
A partir de finais da década de quarenta apareceram as primeiras indústrias ligadas à exploração e transformação de resina e madeiras transformando S. Martinho da Cortiça em terra de resineiros e madeireiros. Mais recentemente apareceram as indústrias ligadas à pecuária e laticínios, como a Vumba do Comendador Dias da Cunha e as empresas de construção civil.
A Barragem das Fronhas é a maior obra de construção civil da freguesia.
4 Comments:
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Disseram-me que se existisse uma máquina que conseguisse recuperar todo o ferro roubado da barragem lá para os lados de São Martinho a maior parte das casas caia.
dizem cada coisa quêm é que seria capaz de roubar esse tipo de coisas.
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