Armar aos Costelos
De certeza que muitos de nós, os mais velhos ainda se lembrem de quando rapazes, ir armar os costelos.
Íamos de manhã cedinho, sós ou em grupos. Cada um tinha as suas áreas de actuação e tinha os seus segredos... Muitas das vezes sabíamos e conhecíamos os armadouros dos outros "caçadores" e muitas vezes não deixávamos de dar uma lá uma visita...
Conhecíamos bem os roteiros, sabíamos os melhores sítios para armar os costelos e aonde havia as melhores maçãs, os melhores pessegos e peras e os melhores melros.
Nas ferias grandes, a seguir à desfolha do milho, ate às vindimas e no fim dos recolhimentos, era a nossa época alta de armar os costelos.
Era a altura ideal para se andar ao bicho do canoulo do milho que era o isco ideal.
Melros, arveolas, piscos e outros passaritos caiam nas nossas armadilhas.
Um armadouro, ou no meio dos feijoais ou nas sombras de uma frondosa macieira eram um chamariz para a passarada.
Nessa altura, julgo que tinha uns 15 costelos, com alguns ainda herdados do meu irmão Leonel, que parece ter sido um "caçador "inveterado.
A minha zona de actuação era na Vinha, desde a Vinha de Cima da Ti Felicidade, ate às Quelhas e raramente na Ribeira. Uma ou outra vez os armei na Mêda.
Nos feijoais , junto às minas da Vinha e da Ti Rosa Lima e junto aos poços da Vinha de Baixo e do Ti Eduardo e debaixo das macieiras e malapeiros lá tinha os meus armadouros.
Todos os dias havia passarada.
Nessa altura para os lados do Vale de Escuro e do Cartel Fundeiro os artistas eram os primos André, o Tonino e o Mário que dominavam zona. Na zona do Vale era o Acácio, Jaime Eduardo, Zé Rato e Zé António que iam também dar um salto às Secarias do Dr. Antonino.
No meio do costelo havia um aramito onde amarrávamos uma linha, um pedaço de vide talhado chamado pingalhete (1) e um espeto de ferro (2)
Íamos de manhã cedinho, sós ou em grupos. Cada um tinha as suas áreas de actuação e tinha os seus segredos... Muitas das vezes sabíamos e conhecíamos os armadouros dos outros "caçadores" e muitas vezes não deixávamos de dar uma lá uma visita...Conhecíamos bem os roteiros, sabíamos os melhores sítios para armar os costelos e aonde havia as melhores maçãs, os melhores pessegos e peras e os melhores melros.
Nas ferias grandes, a seguir à desfolha do milho, ate às vindimas e no fim dos recolhimentos, era a nossa época alta de armar os costelos.
Era a altura ideal para se andar ao bicho do canoulo do milho que era o isco ideal.
Melros, arveolas, piscos e outros passaritos caiam nas nossas armadilhas.
Um armadouro, ou no meio dos feijoais ou nas sombras de uma frondosa macieira eram um chamariz para a passarada.
Nessa altura, julgo que tinha uns 15 costelos, com alguns ainda herdados do meu irmão Leonel, que parece ter sido um "caçador "inveterado.
A minha zona de actuação era na Vinha, desde a Vinha de Cima da Ti Felicidade, ate às Quelhas e raramente na Ribeira. Uma ou outra vez os armei na Mêda.
Nos feijoais , junto às minas da Vinha e da Ti Rosa Lima e junto aos poços da Vinha de Baixo e do Ti Eduardo e debaixo das macieiras e malapeiros lá tinha os meus armadouros.
Todos os dias havia passarada.Nessa altura para os lados do Vale de Escuro e do Cartel Fundeiro os artistas eram os primos André, o Tonino e o Mário que dominavam zona. Na zona do Vale era o Acácio, Jaime Eduardo, Zé Rato e Zé António que iam também dar um salto às Secarias do Dr. Antonino.
No meio do costelo havia um aramito onde amarrávamos uma linha, um pedaço de vide talhado chamado pingalhete (1) e um espeto de ferro (2)
 | (1) Na linha amarrava-se o bicho do milho ou as formigas de asas, que ficavam presos graças ao pingalhete que apertava o aramito. Um corte especial no pedaço de vide permite segurar o costelo armado. O bicho ou as formigas mantinham-se vivos para melhor atrair a caça. Quando o pássaro puxa o isco, o ferro segurado pelo pingalhete salta e o costelo fecha-se de imediato, deixando o pássaro prisioneiro. | |
| |  | (2) Também para outro classe de aves usavam-se sementes secas ( milho) ou pedaços de pão. No arame espeta-se um grão de milho ou pão. Funciona como no 1). Usa-se mais para aves maiores que se alimentam de grãos secos (gaios, pombas, pombos bravos...). |
Etiquetas: Alvaro da Vinha, Costelos
posted by ... at 6:44:00 da tarde
6 Comments:
Bons tempos, agora não se pode armar um custilo, em nome da preservação das especies, é como as aguas russas dos lagares que não podem ir para a ribeira, como dizem os protrectores da natureza(destruidores com interesses pessoais), mas antigamente (30 anos) nas ribeiras haviam peixes com fartura. Hoje é uma pouca vergonha essas entidades preocuparem-se com coisas tão tradicionais, e não verem as grandes poluidoras, temos o exemplo dos esgotos em poiares nos quais os colectores fazem descargas para a ribeira e que dão cabo da nossa fauna e flora.
Olá pessoal tenha apenas 13 anos mas gosto muito de ir armar os costelas mas agora não á bicho do milho...mas dizem que a formiga com asas também dá???É verdade???SE é verdade podem me dizer onde se apanha(Ex:terra,troncos de madeira...ect)é não sei.
Mas essas formigas ao serem colocadas no pedaço de verga com o fio são esmagadas com a força das molas dos costelos???
Preciso de resposta Brebe por favor!!!!
tenho para aí uns 50 costelos(dos meus avós faziam muistos para mim e também á cá mais adolescentes fazendo isso e por vezes "fudemo-nos"uns aos outros roubando costelos mas sou o melhor da minha terra a apanhar passaros)e também o Único a saber despenar e destripar e cozinha-los
oh David tens de ir armar costelos pra tua terra.
Estas na idade é de ir apanhar passaras que custam menos a depenar.
isso não é o que falta com esse assunto é 100%
David, concordo inteiramente contigo. Na minha região as armadilhas não são chamadas de costelos, mas sim de costelas, costis ou armadilhas.
Somente utilizamos, como isco, a formiga de asa, denominada agudia, filhas da chamada formiga mansa, o que que não existe em toda a parte do pais, pois somente as encontrei na Zona Centro, Ribatejo e Alto Alentejo, embora apareçam, na altura devida, mas com menos intensidade, noutras zonas. Mas garanto que é o melhor isco, para galegos, piscos, felosas, ferreiras, etc, e até para os tordos.
Não vás na cantiga desse anónimo, pois a ligação com a natureza deve começar conosco desde muito jovens - esse senhor deve ser menino da cidade. Nós Sabemos como é. Mantem os teus princípios e gosto pela natureza.
Um abraço, sou dos teus.
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