Vila Nova de Poiares ganha "Jardim à Raça Poiarense"
À volta das colunas de pedra que se erguem ao centro de uma plataforma, estão as figuras em metal que representam o almocreve, o burro, a mulher que faz palitos. Mais em redor ainda, são imensas as palmeiras adultas, numa área de dois hectares e meio, e há uma gaiola onde vão morar aves exóticas, relvados, um parque infantil, uma rampa de desportos radicais. O espaço, que vai ser inaugurado em Janeiro e custou "uns milhares de euros", na versão do presidente da Câmara, Jaime Soares, vai-se chamar "Jardim à Raça Poiarense". E é a obra mais emblemática da primeira metade, que agora termina, do actual mandato do presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares. Impulsivo, o autarca do PSD, que preside à câmara há 33 anos, sobe o tom ao afirmar que se está "nas tintas para as más interpretações" do nome do jardim. "Só por má fé!... Olhe para a beleza disto!", exalta, de braços abertos. A beleza e a alusão à "raça poiarense" são, sustenta, uma homenagem aos seus conterrâneos, de condição e profissões humildes, que resistiram às adversidades e, "hoje, são indivíduos importantíssimos por este país fora". "Monumento à raça poiarense?! Cheira mesmo a Hitler", reage António Miguel, candidato derrotado do PS nas últimas eleições, que assumiu o lugar de vereador e, ainda esta segunda-feira, abandonou a reunião do Executivo, por se ter sentido "insultado" e alvo de "ataques desabridos", por parte do presidente. A razão do desaguisado terá sido um subsídio proposto por Jaime Soares à Associação de Desenvolvimento Integrado de Poiares, mas poderia ter sido o "Jardim à Raça Poiarense", ou outro dossiê autárquico qualquer. A política em Poiares faz-se assim, com polémica e tensão, à medida do temperamento de Jaime Soares. Para o autarca, a culpa mora toda na oposição do PS, o único partido com representação no Executivo. "Poiares tem uma oposição que não presta, que não vale nada, que são uns anormais", atira o também comandante dos bombeiros locais, presidente da distrital do PSD e homem influente em muitas outras entidades locais. Para Jaime Soares, os seus opositores "fazem política de terra queimada", porque não querem reconhecer o trabalho da Câmara. Por isso, faz questão de mostrar ao JN 80 fogos de habitação social prontos a estrear, com T4 a 40 mil euros, de afirmar que tem a maior zona industrial do distrito de Coimbra, de garantir que o concelho tem duas estações de tratamento de águas residuais (ETAR) a funcionar. A oposição aponta defeitos. Aos bairros sociais, por estarem demorados, à zona industrial, por alegadamente mandar esgotos sem tratamento para uma ribeira que vai desaguar no Mondego, e às ETAR, por não estarem a funcionar, acusa. O vereador António Miguel diz mesmo que há zonas com um "cheiro nauseabundo", justamente por a ETAR da vila, que deveria tratar esgotos de milhares de pessoas, não trata, alega. "O conhecimento que temos é que a ETAR está a funcionar. A Câmara pediu um alvará em 2006 e nós pedimos auto-controlo, que ainda não nos chegou", afirma a CCDRC, que devia fiscalizar eventuais crimes ambientais, mas parece avitar guerras com a "raça poiarense".
4 Comments:
Na minha opinião isso é um hino à falta de estratégia politica e falta de visão global para o nosso concelho.
O nosso concelho têm uma das Câmaras mais endividadas do país e como se não bastasse ainda nos damos ao luxo de fazer este tipo de obras que em nada contribuem para o avanço do nosso concelho.
Será que não seria mais importante umas boas vias de comunicação para se "desafogar" o concelho como uma ligação rápida a Coimbra pelo carvalho e outra da Z. Ind. ao IP3 (sem a bela viagem turística pelo meio do concelho). Hoje as empresas quando se deslocalizam para o interior pensam muito no tempo que perdem a sair e entrar, essa é sem dúvida o calcanhar de Aquiles de Poiares pois sem bons acessos (acessos rápidos), como podemos pedir às empresas que se fixem aqui.
Quando tivermos as duas ligações "rápidas" ao IP3 e a Coimbra ai assim iremos ser um concelho que poderá competir com qualquer um à sua volta; até lá visitam-nos para ir comer uma chanfana e para visitar a cruz e o jardim.
Falta-nos turismo rural, mas com tão boas condições para o termos.
Quem não quereria ir até ao campo se o campo estivesse a 10 minutos da cidade?
Poiares podes crescer se Coimbra estiver mais próximo ... pensem nisso.
Chanfana é que é bom e na Moura Morta ate a fazem melhor que alguma que por aí se come nos restaurantes.
isso mesmo viva um disciplo do Salazar e do Hitler.
há ganda jaime.
mas esse bicho tem la categoria como os outros?
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