Ti Mina o nosso carteiro no fim dos anos 60.
Sábios Mestres
Um quadro onde o blog apresenta alguns dos Sábios Mestres que cruzaram o caminho da sua autora Cristina Correia Pinto Ver o seu perfil completo
Mina
Foi na aldeia da Benfeita que encontrámos António Alberto Martins, mais conhecido por Mina. Este apelido porque “a minha mãe era Guilhermina e quando era pequenito chegavam-se ao pé de mim e perguntavam-me: «Como é que se chama a tua mãe?» e eu dizia «É Mina». E ficou Mina toda a vida”, esclarece.Aos 79 anos de idade, António Alberto Martins, carteiro reformado, recorda-nos uma vida algo espinhosa e os caminhos que trilhou para entregar a correspondência, primeiro a pé, depois de bicicleta e por fim de mota para que tudo chegasse ao seu destino.Depois de ter concluído a 4.ª classe, foi trabalhar como barbeiro, durante 12 anos, profissão que nunca deixou mesmo quando foi trabalhar como carteiro, pois “a minha arte como barbeiro nessas territas continuou, porque não havia barbeiro nenhum, para isso tinham de ir a Coja ou a Arganil para cortarem o cabelo. E eu cortava-lhes com uma bagatelazita e eles ficavam todos contentes”, confessa-nos o carteiro Mina que enquanto barbeiro “trabalhava um ano inteiro para receber um alqueire de milho de cada freguês”, recorda.“A minha vida foi um bocado espinhosa”Antes de entrar para o quadro, Mina trabalhou como CPS, carteiro que faz as folgas e as férias dos outros.
Em 1968 foi para Ponte de Mucela “como carteiro já no quadro a ganhar 25 escudos”, relembra explicando que “a minha vida foi um bocado espinhosa em princípio, mas depois derivou um bocadinho, depois tive sorte”.Chegado a Ponte Mucela, foi substituir outro carteiro que lhe disse “você tenha cuidado com esta gente, porque são assim, assim e assim… Onde é que eu pus isso? O meu coração caiu-me aos pés. Eu tão longe da minha terra vim para aqui sem conhecer nem caminhos, nem atalhos, nem o procedimento das pessoas”, o único pensamento que lhe veio foi “eu estou encravado da minha vida”.Mas, passado um ano e quatro meses “quando eu de lá saí havia pessoas a chorarem. E porquê? Porque sabiam que estive sempre com eles. Tinha lá amigos por todos os cantos”, conta satisfeito.“Amigo de fazer um jeito às pessoas”O próximo giro foi Moura da Serra, onde trabalhou 32 anos e 10 meses e onde “passei as passas do Algarve, não pelas pessoas. Se eu hoje for à Moura Morta, à Ponte de Mucela ao Barreiro e a Mucelas , ainda há pessoas que me abraçam”, mas não é só aqui ou de vez em quando “é sempre, sempre em todo o lado tive bom acolhimento. Pois, porquê? Porque eu era amigo de fazer um jeito às pessoas”, revela.
Um quadro onde o blog apresenta alguns dos Sábios Mestres que cruzaram o caminho da sua autora Cristina Correia Pinto Ver o seu perfil completo
Mina
Foi na aldeia da Benfeita que encontrámos António Alberto Martins, mais conhecido por Mina. Este apelido porque “a minha mãe era Guilhermina e quando era pequenito chegavam-se ao pé de mim e perguntavam-me: «Como é que se chama a tua mãe?» e eu dizia «É Mina». E ficou Mina toda a vida”, esclarece.Aos 79 anos de idade, António Alberto Martins, carteiro reformado, recorda-nos uma vida algo espinhosa e os caminhos que trilhou para entregar a correspondência, primeiro a pé, depois de bicicleta e por fim de mota para que tudo chegasse ao seu destino.Depois de ter concluído a 4.ª classe, foi trabalhar como barbeiro, durante 12 anos, profissão que nunca deixou mesmo quando foi trabalhar como carteiro, pois “a minha arte como barbeiro nessas territas continuou, porque não havia barbeiro nenhum, para isso tinham de ir a Coja ou a Arganil para cortarem o cabelo. E eu cortava-lhes com uma bagatelazita e eles ficavam todos contentes”, confessa-nos o carteiro Mina que enquanto barbeiro “trabalhava um ano inteiro para receber um alqueire de milho de cada freguês”, recorda.“A minha vida foi um bocado espinhosa”Antes de entrar para o quadro, Mina trabalhou como CPS, carteiro que faz as folgas e as férias dos outros.
Em 1968 foi para Ponte de Mucela “como carteiro já no quadro a ganhar 25 escudos”, relembra explicando que “a minha vida foi um bocado espinhosa em princípio, mas depois derivou um bocadinho, depois tive sorte”.Chegado a Ponte Mucela, foi substituir outro carteiro que lhe disse “você tenha cuidado com esta gente, porque são assim, assim e assim… Onde é que eu pus isso? O meu coração caiu-me aos pés. Eu tão longe da minha terra vim para aqui sem conhecer nem caminhos, nem atalhos, nem o procedimento das pessoas”, o único pensamento que lhe veio foi “eu estou encravado da minha vida”.Mas, passado um ano e quatro meses “quando eu de lá saí havia pessoas a chorarem. E porquê? Porque sabiam que estive sempre com eles. Tinha lá amigos por todos os cantos”, conta satisfeito.“Amigo de fazer um jeito às pessoas”O próximo giro foi Moura da Serra, onde trabalhou 32 anos e 10 meses e onde “passei as passas do Algarve, não pelas pessoas. Se eu hoje for à Moura Morta, à Ponte de Mucela ao Barreiro e a Mucelas , ainda há pessoas que me abraçam”, mas não é só aqui ou de vez em quando “é sempre, sempre em todo o lado tive bom acolhimento. Pois, porquê? Porque eu era amigo de fazer um jeito às pessoas”, revela.
1 Comments:
Não te lembras do Ti Mina que chegava ao terreiro e tocava uma corneta?
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