Entrevista ao "Faísca" em Maio de 1999
"FAÍSCA" JÁ ESTAVA UM BOCADO QUENTE, A FERVER COM O VINHO
"Faísca" é alcunho de criança, nasceu na Moura Morta, Vila Nova de Poiares há 29 anos:
"Derreti o dinheiro todo cá em Coimbra. Cafés, discotecas, cheguei a dormir em apartamentos com malucas, só com putas. Aluguei um Renault Turbo, ia para a Figueira, para Quiaios, para Lisboa. Tinha uma carta espanhola falsa, 30 contos. Conheço os sinais, não sei é dizer o nome deles. E sei fazer as rotundas e tudo".
Enquanto estoirava os 200 contos que jura lhe terem sido entregues por um madeireiro, ardia "a zona toda de Poiares":
"Foi o maior incêndio de Portugal. Ainda bem que não morreram bombeiros nenhuns".
Estava um Verão "muito quente", o negócio fez-se na adega do homem das madeiras:
"Eu já estava um bocado quente, a ferver com o vinho. Depois, num sábado, todo o pessoal a tomar a sesta, cortei uma vela aos bocaditos, nunca pensei é que ardesse tanto. Será que vou desgraçar alguém?, ai que apanho prisão perpétua!"
Tinha 22 anos, foi condenado a 13, já saiu de precária:
"Fui bem recebido. Hoje têm mais respeito por mim". Se calhar é medo.
Teve juízo quando guardou a caçadeira empanturrada de pregos ferrugentos cortados aos bocaditos. Queria espetar os que o denunciaram, diz-nos os nomes de cada um e as aldeias onde vivem. O tempo de precária que guarda para a noite coimbrã dá-lhe de beber ao ego:
"Os que saem comigo na precária ficam de boca aberta. Como é que o 299 conhece tanta maluca cá em Coimbra!"
"Faísca" é alcunho de criança, nasceu na Moura Morta, Vila Nova de Poiares há 29 anos:
"Derreti o dinheiro todo cá em Coimbra. Cafés, discotecas, cheguei a dormir em apartamentos com malucas, só com putas. Aluguei um Renault Turbo, ia para a Figueira, para Quiaios, para Lisboa. Tinha uma carta espanhola falsa, 30 contos. Conheço os sinais, não sei é dizer o nome deles. E sei fazer as rotundas e tudo".
Enquanto estoirava os 200 contos que jura lhe terem sido entregues por um madeireiro, ardia "a zona toda de Poiares":
"Foi o maior incêndio de Portugal. Ainda bem que não morreram bombeiros nenhuns".
Estava um Verão "muito quente", o negócio fez-se na adega do homem das madeiras:
"Eu já estava um bocado quente, a ferver com o vinho. Depois, num sábado, todo o pessoal a tomar a sesta, cortei uma vela aos bocaditos, nunca pensei é que ardesse tanto. Será que vou desgraçar alguém?, ai que apanho prisão perpétua!"
Tinha 22 anos, foi condenado a 13, já saiu de precária:
"Fui bem recebido. Hoje têm mais respeito por mim". Se calhar é medo.
Teve juízo quando guardou a caçadeira empanturrada de pregos ferrugentos cortados aos bocaditos. Queria espetar os que o denunciaram, diz-nos os nomes de cada um e as aldeias onde vivem. O tempo de precária que guarda para a noite coimbrã dá-lhe de beber ao ego:
"Os que saem comigo na precária ficam de boca aberta. Como é que o 299 conhece tanta maluca cá em Coimbra!"
Publicado no semanário “Jornal de Coimbra” em Maio de 1999
3 Comments:
ganda faisca
"ganda faisca" o tanas,até parece que não viveste o inferno que ele nos obrigou a passar só porque estava a ferver na adega do madeireiro...é um gajo perigoso e ainda bem que deixou de ter poiso na moura morta...eu não esqueço o que nos fez viver naqueles dias...e não acredito que alguma vez se tenha arrependido.
tá pra França
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