terça-feira, outubro 07, 2008

Aquele querido mês de Agosto



No coração do Portugal profundo,serrano, no meio de bailaricos nasce um filme, entre o documentário e a ficção, onde uma equipa de filmagem procura actores, e ao mesmo tempo transforma-se num elemento activo da acção. Amor e música, em sintonia com histórias de vidas mais ou menos estigmatizadas pela interioridade.
Aquele Querido Mês de Agosto”, o único filme português presente em Cannes, incluído na Quinzena dos Realizadores, é um objecto cinematográfico aliciante. Junta documentário, ficção e mete toda a equipa de rodagem dentro da acção do filme, como se fosse exigida uma participação de tipo antropológico no facto social.
Estamos no domínio do Portugal profundo, rural, das festas tradicionais, das procissões e milagres, dos emigrantes que passam férias na aldeia natal, dos intrépidos heróis que se atiram da ponte para o rio e roubam casacos ao marroquinos...
Tudo no enquadramento da musica popular, ligeira, romântica a condizer com as paixões de adolescentes e o gosto dos mais velhos, inconformados com os U2 e os AC//DC cantarem em inglês.
O universo de “Aquele Querido Mês de Agosto”, na Beira Interior, remete-nos para o verdadeiro Portugal não globalizado, indiferente ao consumo de massas, em que a satisfação das necessidades básicas passa por uma refeição bem servida com um leitão cozinhado à moda da terra, bem regada com vinho tinto. Esqueça-se também a arrogância intelectual, de um qualquer artista de rádio nacional com depressões cantadas em verso inglês. Aqui respira-se o ar puro da serra e a vida, sim o pulsar vida dos portugueses sente-se nas canções de Marante, Dino Meira e Tony Carreira .

Foi uma agradável surpresa este filme português, por momentos se fechasse os olhos poderia dizer que isto se estava a passar na Moura Morta ou na Ponte da Mucela; embora aqui não houvesse um Paulo Moleiro, tínhamos um Carlos "Macaco" ou um "Faísca". Aconselho a visualização deste filme, principalmente aos nossos emigrantes que vão poder sorrir, viver e reviver as suas origens; sem vergonha nem preconceitos.
Passei parte do filme a rir é "delicioso" de se ver.
E qualquer semelhança com a realidade da nossa Moura Morta é pura ficção.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quando pensei em ir ver o filme foi só por mera curiosidade, por se tratar de um filme filmado no meu concelho... mas no entanto o filme estava mt bom e gostei mt. os actores são pessoas conhecidas... alguns deles andaram comigo na escola secundária de arganil. tem todos mt talento especialmente a Sónia Bandeira. Deixo aqui a minha sugestão.. vale a pena ir ver o filme.

14:54:00  
Anonymous Anónimo said...

Sim vale a pena ver o filme porque reconhecemos lugares muito familiares. E tambem tenho a dizer que toda a aparelhagem de som e instrumentos do conjunto que aparecem a tocar tambem são dum grupo de Arganil os "GOMAPE MUSIC" que os cederam para as filmagens e que tambem tem uma aparição pequena no filme.

18:46:00  

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